quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Projeto leitura de férias : "Gozo Fabuloso" - Paulo Leminski

Esse livro é algo controverso, pelo que acabei de ler no seu posfácio. De acordo com ele, Leminski não costumava escrever contos, e não obstante isso costumava criticar muito o gênero. Mas não é sobre isso que vou falar (apesar de que se eu soubesse disso antes teria lido com outros olhos), e sim da minha impressão sobre o livro.
Como eu já disse, é um livro de contos, ou seja, muitas histórias começadas, poucas desenvolvidas e algumas -só algumas- finalizadas. Típico de contos. Eu tenho certa agonia de ler esse tipo de escrita, pois não consigo mergulhar tantas vezes em personagens tão diferentes, que nascem e morrem tão facilmente. Tanto que demorei horrores pra terminar esse livro, visto que eu o fechava depois de dois ou três contos com uma confusão na minha cabeça, uma mistura de alívio, tristeza por me despedir tão rapidamente de personagens tão interessantes e fascínio pelas várias brincadeiras de narrativa que o autor faz, indo de fofocas entre deuses até histórias melancólicas sobre diários de pessoas doentes, passando por cachorrros e latidos e até conversas entre computadores (não pessoas por trás de computadores, computadores mesmo). Eu não vou me atrever a eleger um melhor conto. Eles são diferentes demais pra eu nivelá-los ao meu gosto só por estarem no mesmo livro... Foi uma experiência interessante, mas como eu já disse, conturbada. Tive várias idéias pra complementar os contos que acabam de repente, idéias que desapareceram por completo assim que eu começava a ler outra história.
Às vezes acho que o Leminski fez isso de propósito, pra brincar e rir da cara de quem lê, os fãs dos contos até então tão criticados por ele. O tom varia demais de conto pra conto, isso é difícil de fazer. Geralmente um autor tem o mesmo tom em vários livros, é como se o tom fosse algo extremamente pegajoso, não sei explicar direito. E em "Gozo Fabuloso" mudar o tom, de alguma forma, parece algo que se faz com olhos fechados e em uma perna só. Eu não sei nada do Leminski, do que ele tava passando na vida quando publicou esse livro, nem quanto tempo ele demorou pra fazer essa coletânea, mas é essa a impressão que ele me passou. A de que mudar o tom das coisas é fácil...Logo vários pontos pro cara.
Talvez eu precisasse escrever alguma coisa toda vez que terminasse um conto, daí minha opinião seria um pouco mais elaborada e válida. Lerei novamente esse livro um dia, isso é certeza. Outra certeza é a de que eu me diverti em vários deles, e a facilidade de Paulo Leminski brincar com as palavras é inegável. Tenho uma parca lembrança de ter lido em algum lugar que ele também era poeta... se for, tá explicado. Recomendo a leitura, pra quem tem facilidade de se desapegar às coisas, ou dificuldade pra se apegar a elas (afinal um pouco de conturbação não mata ninguém).

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Boêmia, escoteiros e corais: um bom começo de 2008.



Um pedaço do musical 'Rent', que vi ontem de madrugada enquanto minha cabeça giraava, e girava...Quis colocar aqui pra poder lembrar depois, afinal eles capturaram bem o clima das festas que se passarão no bar do Seu Almeida, um dos personagens de Changeling da aventura que tô parindo. Aliás, ontem na festa, conversando com o escoteiro e com os cantores de coral (que acompanhavam o musical fazendo uma performance ao vivo só pra mim -a única pessoa semibêbada acordada-), eu tive bem a idéia de como devem ser as infusões de glamour tão faladas no livro. Divertido bagará, e uma boa forma de começar 2008. Nada como ser nerd e bicha e pensar em aventuras de rpg vendo musicais... ^^