Existe um quebranto dolorido
No meu peito do teu peito distante
Nas longas madrugadas de domingo
Eu respiro incompleta e arfante
Existe um quebranto dolorido
Nas pernas que enlaçam o vazio
Chutando o nada das cobertas
E o lado da tua cama que está frio
Existe um quebranto dolorido
Esculpido bem no fundo da garganta
Subindo pelo meio das minhas pernas
Escorrendo frente a tanto desencanto
Existe um quebranto dolorido
Que tem por paradoxo o que crio
Movendo os afetos mais lascivos
Vomito sorrindo a dor que
cultivo
Meus dedos se movem, profanos
Taco fogo nas minhas horas de sono
E exercito um orgulho proibido
Nas palavras que transcendem o mundano
Existe um quebranto dolorido
Perene, pulsante, um vício
Quebrando revela poesia
E às vezes é até bonito.
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