quarta-feira, 12 de março de 2008

Água?

Chove, após o inferno. A água acumulada nos meus pulmões finalmente se transformou nesses cáusticos pingos sobre minha cabeça, e hoje o dia é muito mais cinza. Chove, nada é limpo, tudo apenas se derrete num amálgama explicitamente azedo, cor de bile. Lentamente as angústias acumuladas se transformam em matéria líquida, pronta a esterelizar a terra negra que quase grita aos primeiros pingos. É um final de dia mentiroso, daqueles em que a realidade não parece aguentar mais existir. Nele afogo sem piedade.

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