domingo, 9 de setembro de 2007

Feriado

Nesse feriado, após uns dez anos, minha família se reuniu em viagem de novo. É esquisito o misto de sensações que isso passa: o estranhamento ao ver um irmão de barba fechada (e outro careca), a saudade compriida dos tempos de praia, fliperama, das intermináveis viagens de carro e tantas outras lembranças conjuntas. Não que minha família se odeie e não se fale há anos ou algo do tipo, nós apenas crescemos e as viagens passaram a ser algo impraticável nas nossas rotinas. Enquanto conversava com meus irmãos no silêncio da madrugada, um conforto quase surreal invadiu meus pulmões, e várias coisas que eu tinha esquecido vieram à tona, juntamente com algumas bruscas mudanças de prioridade. Fiquei perplexa ao perceber como acontecimentos de dois anos pra cá, que parecem tão eternos e gigantescos se tornam pequenos e efêmeros frente às vivências com quem simplesmente sempre esteve ali. Não que as mais recentes experiências, as novas -e maravilhosas- pessoas que conheci não tenham já marcado a ferro minha existência, mas a percepção disso(aquelas fichas de mil pontos que só caem com o tempo) surgirão apenas depois de algumas décadas. Não sei explicar direito a angústia, felicidade, conforto e vontade de sair correndo que permearam esse final de semana (a sensação é parecida com a que tive vendo O Poderoso Chefão pela primeira vez).

Estuprando uma frase famosa de alguém, eu digo que cada um sabe a dor e a delícia de ter a família que tem.

Um comentário:

BooBoo Maria Gabriela disse...

Bem, enquanto devaneavas por terras candangas estive em sua residência e nada substancial aconteceu, absolutamente.

Eu tenho quatro irmãos e vivemos segregados, estive pensando coisas muito semelhantes esta semana com relação a eles. Não sei quando iremos nos reunir, os cinco.

Cheguei ao cúmulo de constatar que não temos nenhuma foto juntos.

E fiquei triste. :(