sábado, 13 de outubro de 2007

Here we go again

Quando me mudei pra cá, eu imaginava coisas diferentes. Não que as coisas fossem mudar subitamente, ou ficar mais fáceis. Mas eu imaginava que pela mudança absurda de ambiente e convívio uma certa facilidade em colocar as coisas em perspectiva , os problemas e os fantasmas um pouco de lado. E, por um tempo, isso foi verdade. Durante alguns meses as novidades eram tantas que eu teoricamente teria toda a base para rever tudo isso. Obviamente, não o fiz. E, enquanto tudo o que eu construía por aqui parecia sem nenhuma rachadura, tudo o que fiz foi olhar fascinada pro sol. Agora, quando as coisas começam a rachar, os defeitos novamente dizem olá e os fantasmas voltaram das férias, percebo que as coisas são bem pouco diferentes. Afinal, muda-se de cidade, de apartamento, de amigos, mas os olhos continuam os mesmos. Os velhos e quebrados olhos, agora com retinas queimadas.
E, paradoxalmente, é nesse reencontro indesejável que começo a reavaliar tudo, e contemplo direito os meus "novos" edifícios cheios de rachaduras. E a beleza deles, em cada pedaço que expõe a fragilidade escondida, é estonteante. O lixo nas ruas de Florianópolis, os problemas na faculdade, os medos e fantasmas de quem admiro, tudo isso os traz para perto de mim de uma forma tão intensa que eu volta e meia insisto em esquecer. E eu sinto finalmente que posso começar a amar isso aqui, de uma forma menos contemplativa e muito mais verdadeira...

2 comentários:

Anônimo disse...

isso aí. a vida te dá as cartas, quem faz a jogada com elas é vc ;]

João Felipe Santos disse...

dá um abraço, raquel.

XD
:*