Um dia aprenderei a olhar além. Além das minhas retinas, além dos meus preconceitos, além das vivências limitadas que sempre sonhei serem maiores. Talvez eu enxergue mais longe que a pele, talvez eu perceba, além dos dentes, o sorriso. Um dia perceberei o voar implícito em cada asa, a lágrima não nascida no olho, o não espaço entre os abraços. Para mais longe que esta pele, estes dentes, esses vazios, estas retinas cansadas. Um dia real e muito além das minhas expectativas; um dia além de mim, novo, cheirando a alecrim. Um dia de muitos outros. Não menos meu, não menos eu: um dia nosso.
"Mas é nelas (bocas e mãos,
sonhos, greves e denúncias)
que te vejo pulsando,
mundo novo,
ainda que em estado de soluços e esperança."
Ferreira Gullar
2 comentários:
gostei disso. ficou musical, até =)
Ainda nao sei como diabos é o cheiro do alecrim. Mas, de qualquer forma, talvez seja a hora de trocar esse óculos capenga e riscado.
Postar um comentário