sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Apartamento e expectativas (e título com cara de tag)

Tenho definido muita coisa esses dias e criado as tão perigosamente inevitáveis expectativas. Um antigo vício, talvez até uma necessidade básica minha, que insisto em manter descaradamente. Mania em quem não se contenta em sentir de menos, acho. O apartamento ainda parece um campo de refugiados, com seus móveis desmontados e pó por toda parte. É uma sensação esquisita chegar em casa e ter o nada esperando; o nada, a poeira e os pedaços de madeira que já foram funcionais um dia. Ter a mim mesma esperando em cada cômodo, com minha cara estampada nas paredes, na bagunça, no lixo. Essa mudança de recepção e percepção estimula tanto otimismo e pessimismo ao mesmo tempo que tudo culmina em um suspiro enquanto tento encaixar a chave tetra tão chatinha quanto eu na porta. E, assim que todos aqueles estereótipos de pessoa morando só começam a contaminar a amostra de imagens aleatórias na minha cabeça, mando todos à merda. Não me interessa comparar inutilmente e deixar de sentir ao máximo cada aspecto novo por aqui: dos banhos de porta aberta às conversas esquizofrênicas, passando por todos os vazamentos de pia e contas atrasadas. Como ousaria eu poluir tudo isso com comparações bobas? Acho que experiências no mínimo interessantes acontecerão sobre esse piso de madeira manchado. :)

3 comentários:

Anônimo disse...

/o/
viva as mudanças

Anônimo disse...

eu também converso sozinho e faço outras esquisitices, vizinha. acho que é normal, eu sempre fiz isso quando tive o gostinho de ficar sozinho. só que agora eu fico sozinho com mais frequência, ou é quase como se fosse sozinho :P

BooBoo Maria Gabriela disse...

Encontrar-se consigo mesmo todos os dias é complicado, tenho vivido isso.

Porque basicamente, nem nos conhecemos direito e acabamos por nos deparar com alguém que pensávamos saber quem era.

Foda mas necessário, ajuda em muitas coisas.